A bela alegoria da morada passageira de Federico e Iole
Figuras de lugares, objetos e pessoas sempre foram, na obra de Iole Di Natale, sinais de uma escritura poética extremamente refinada. Já foi dito que a reiteração de signos em sua arte “é construída como quem encena um teatro. Seus ícones de si mesma são a projeção dramatizada de um ‘eu’ idealizado, cujo enredo versa sobre a liberdade, a plenitude, o amor conjugal e o prazer no humanismo”. Lapidadas de modo sofisticado, cada imagem de si e de Federico forma um repertório de situações e gestos cuja coreografia poética é plena de significados. Desse modo, em Iole, cada figura se tornou também um signo, pois nele já não vemos mais um lugar qualquer, nem objetos comuns ou pessoas desconhecidas…, vemos uma casa “sua”, “seus” pertences, “sua” São Paulo ou “sua” Itália.